- Um MINI Cooper gigante. Essa é a primeira impressão que se tem ao ficar perto do Countryman, último lançamento da fabricante inglesa e o primeiro da marca a ter quatro portas. Misturando o estilo de um SUV com o do clássico hatch britânico, o Countryman busca adicionar espaço à receita que consagrou o novo Cooper. O resultado é um crossover de personalidade que manteve a pegada que popularizou os novos MINI.
Antes de falarmos do modelo, contudo, vamos às apresentações. Lançado no Salão de Genebra de 2010, o Countryman adota a mesma plataforma já usada no Cooper, porém, com alguns centímetros extras. São 38 cm a mais no comprimento, 15 cm na altura, 11 cm na largura e 12 cm na distância entre-eixos. Sob o capô o motor BMW/Peugeot é o mesmo já usado no Cooper, um quatro-cilindros 1,6L de 120 cv aspirado ou 184 cv turbo. A transmissão é automática de seis marchas com opção de tração dianteira ou integral sob demanda.
Briga caseira
Com tantas opções, o valor do Countryman pode variar de R$ 108.750 Pepper 4X2 a R$ 145.750 S ALL4, como é o caso da unidade avaliada, gentilmente cedida pela importadora Só Veículos, de São Paulo. A loja oferece o modelo com blindagem III-A, com preço sob consulta.
A tabela do Countryman posiciona o crossover ao lado do BMW X1 – o alemão parte de R$ 114.900 na versão 18i. Apesar de terem visual e proposta distintos, os modelos podem atrair o mesmo perfil de cliente. A comparação será inevitável, ainda mais considerando que alguns concessionários da MINI são vizinhos da BMW.
Porém, a briga em casa é um detalhe perante o vasto catálogo de rivais do Countryman, que vai do VW Tiguan até o Land Rover Freelander 2. Contra concorrentes maiores e mais potentes, o Countryman usa e abusa do jeito MINI de ser, com uma vantagem: pensou em quem vai atrás.
Sem aperto
Sentar no banco traseiro do Countryman é um alívio para quem já frequentou a mesma região no Cooper. A “esticada” dada no crossover resultou em espaço de sobra atrás, permitindo que três adultos sentem-se com o conforto de manterem os ombros distantes dos colegas. Na dianteira, o bom espaço encontrado no compacto se manteve.
Na frente, aliás, se concentra a maior herança do Cooper. Isso significa o volante de diâmetro menor do que a média, botões similares a interruptores de aviões e o grande mas pouco prático velocímetro central. No centro do mostrador situa-se a nova interface multimídia da MINI.
O posicionamento do motorista também se manteve no Countryman. Apesar de mais alto do que no Cooper, o assento não exige que o condutor pise na soleira para entrar no carro. Pernas pouco flexionadas e volante quase vertical oferecem uma sensação de dirigir mais próxima de um carro e menos de um utilitário esportivo.
Duzentos e quanto?
Na hora de guiar, esqueça de que se está no Countryman. Exceto pelo ponto de vista um pouco mais alto, o crossover é quase um Cooper. A direção com assistência elétrica tem respostas rápidas, enquanto a suspensão firme oferece uma estabilidade acima da média do segmento. O motor sobrealimentado sobe rápido de giro e parece nem sentir os 240 kg que separam o Cooper S do Countryman S ALL4. De fato, o desempenho dos dois não é tão distante, com o pequeno acelerando de 0 a 100 km/h em 7,2 s, contra 8,3 s do Countryman – ambos os índices são de fábrica. A velocidade máxima do crossover é de 205 km/h, segundo a MINI.
Ao término da avaliação, ficou claro que o Countryman aposta no conceito de diversão ao dirigir dos outros modelos da MINI. Com um quê de hatch gigante, o crossover mostra é possível parecer um jipinho sem perder o jeito de dirigir de um automóvel convencional. Na prática, o Countryman é muito mais do que um MINI gigante.
Veículo gentilmente cedido pela loja Só Veículos.
FICHA TÉCNICA – MINI Countryman S ALL4 2011