Teste: Grand Cherokee 2014 rejuvenesce com banho de loja

Reestilização mantém atualizado jipão que parte de R$ 185,9 mil


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(Las Vegas, EUA) Dizem que um banho de loja pode ser o suficiente para superar uma crise de meia idade. Caminho natural dos automóveis, ele acontece no meio de uma geração, que costuma durar sete anos e atende por facelift ou reestlização. Com o Jeep Grand Cherokee, um grandalhão de tamanho e nome, não foi diferente. O utilitário lançado em 2010 passou pela primeira intervenção mezzo Jeep mezzo Fiat. 

 

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Palavras em italiano nunca fizeram tanto sentido. É a primeira vez que a Fiat, agora proprietária absoluta da Chrysler, mexe em um dos nomes mais fortes do grupo, o Grand Cherokee. A versão reestilizada chega às lojas em duas versões: Laredo por R$ 185.900 e Limited por R$ 214.900.

 

Ambos abandonam o motor V8 e passam a funcionar apenas com o polivalente 3.6 V6 Pentastar movido a gasolina e com 286 cv de potência. A versão a diesel só chega em março. A marca espera que o topo de linha seja responsável por 70% das vendas das 1.200 unidades previstas para 2014. WebMotors testou a versão Limited entre circuito urbano e rodoviário na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos.

 

Design

A essência do Grand Cherokee ainda é a mesma. O aspecto de utilitário esportivo imponente tipicamente norte-americano está mantido, mas é inegável que o utilitário bruto nascido em Detroit no início da década de 90 deu uma passada pelas ruas de Turim nessa reestilização. O porte continua impressionante: 4,83 m de comprimento e 1,94 m de largura.

 

Os faróis ganharam vãos na parte inferior e estão mais quadradões, com direito a um “olhar expressivo” com a adoção de LEDs. O cromado que invadia toda a típica grade de filetes verticais da Jeep agora desceu para o para-choque no topo de linha Limited – além das rodas, este é o grande diferencial em relação ao Laredo. Na traseira, lanternas com novos desenhos fecham o pacote visual.

 

Não dá pra eleger o Grand Cherokee como o ápice da modernidade, mas embora seja bem tradicional, está mais jovem que os dois concorrentes diretos, ainda mais envelhecidos como o tempo: Land Rover Discovery 4 Mitsubishi Pajero Full. A Jeep não confirma, mas uma nova geração está em produção para 2016.

 

Por dentro

Se o Grand Cherokee se impõe pelo visual, ele não deixa por menos ao receber as visitas. Para subir ali, porém, é necessário desenvoltura por conta da altura do SUV. Nada que a rotina não ensine. Por dentro, há revestimento de couro por todos os lados, amplo espaço para as pernas e cabeça são a primeira prova de que viajar ali é bastante confortável. O porta-malas transporta 457 litros da bagagem.

 

O modelo também traz algumas novidades para os fãs de tecnologia. Um dos destaques está atrás do volante: uma tela que substitui os instrumentos analógicos. Repleta de recursos, ela vai fazer você esquecer o celular no bolso. Exibe diversas funções do automóvel. Ainda não se convenceu? Então preste atenção na central multimídia com tela gigante de 8,4”.


Sensível ao toque, a tela traz navegador, controles do automóvel, comando de voz, Bluetooth entre outros recursos. Duas entradas USB localizadas abaixo do apoio de braço central garantem que você possa ouvir as músicas preferidas de um pen-drive, enquanto carrega o celular na outra entrada. Vale lembrar que a versão de entrada traz uma tela bem menor, de 5 polegadas.


O Jeep tem ainda uma série de outros mimos, como aquecedores nos bancos, que se movem por meio de sistema elétrico com direito a memória. O sistema de som da versão topo de linha também é digno de elogios pelo volume e também precisão. São 9 alto-falantes espalhados pela gigantesca carroceria. Isso sem contar os itens de segurança como controle eletrônico de estabilidade, assistente de subida...


Desempenho

Embora abafado, o ronco do motor 3.6 V6 passa a impressão de potência. Algo que o Jeep realmente tem. São 286 cv de potência a 6.350 rpm e 35,3 kgfm de torque a 4.300 rpm. Isso somado aos muitos 2.211 kg resultam num desempenho na média. Como o um bom norte-americano, o Grand Cherokee definitivamente não é um carro que empolga. Mas também não decepciona.


A suspensão macia e alta faz com que a carroceria tenha um típico chacoalho de “barca”, comportamento quase que comum nos grandes carros produzidos em Detroit. O resultado é um conforto inabalável diante da buracos e valetas, que são quase imperceptíveis a quem viaja a bordo do SUV.

 

A direção tem respostas rápidas, mas o desempenho não empolga. Nem mesmo quando se recorre às borboletas atrás do volante que facilitam a condução do SUV em meio o trânsito, mas não arrancam sorrisos do condutor. Esse cargo cabe à versão esportiva SRT, fora dos planos da marca para o Brasil. 

 

Segundo a marca, o jipão tem um consumo de 7 km/l na cidade e 12 km/l na estrada, números razoáveis para um carro tão pesado. Mas esqueça o bolso quando o assunto é o Grand Cherokee. Quem leva um desses para a garagem não está preocupado com custos e, principalmente, desempenho. Quem prioriza este último, corre atrás de um SUV alemão. O cliente do Jeep busca por espaço, conforto e status. E duas décadas após o lançamento, esse grandalhão continua atendendo a essa missão com maestria. 

 

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