Teste Fiat Freemont 1.000 km

Modelo é ideal para famílias grandes que gostam de viajar


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A Fiat trata o Freemont como SUV (Sport Utility Vehicle ou veículo utilitário esportivo), já a Chrysler, quando apresentou o modelo por aqui em 2008, chamou o Dodge Journey de crossover. Apesar da diferença no nome trata-se do mesmo carro. Fruto da união entre a companhia italiana e americana. Se for um SUV. Mais enfim, o modelo é um SUV, capaz de rodar em qualquer tipo de terreno ou um crossover, um misto entre diferentes tipos de carrocerias?

 

Para sanar a dúvida decidimos fazer um teste de 1.000 quilômetros com o Fiat Freemont em sua versão topo de linha chamada de Precision (com preço sugerido a partir de R$ 103.950).

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O visual do Freemont não é dos mais descolados. O estilo caixote tem origem nas pranchetas da Chrysler onde a palavra de ordem era se preocupar com o conforto dos passageiros. Nesta configuração, o modelo é capaz de levar até sete passageiros. Por esse motivo também o Freemont é grande. São quase cinco metros de comprimento (4,89 m mais precisamente) e 1,87 m de largura. Para se ter uma ideia, o Honda CR-V mede 4,53 metros, ou seja, 36 centímetros a menos que o rival. Na largura são cinco centímetros a menos no modelo japonês.

 

Para compensar as formas avantajadas, o Journey da um baile quando o assunto é porta-malas. Com a segunda e terceira fileira rebatida, o modelo consegue carregar até 1.461 litros de bagagem. Número que cai para (ainda ótimos) 758 litros com a terceira fileira rebatida. O Toyota RAV4, por exemplo, acomoda, no máximo, 547 litros.

 

Outro aspecto interessante no trato aos ocupantes é a eficiente modularidade interna, típica das minivans. Aliás, a plataforma do Freemont é uma evolução da que era utilizada pela finada Dodge Caravan, uma das minivans de maior sucesso na história. São nada menos que 32 possibilidades de posição dos bancos. É possível, por exemplo, baixar completamente a fileira do meio e viajar sentado na terceira fileira (no melhor estilo limousine) ou então rodar com apenas o banco do motorista levantado (neste caso, o interior vira uma enorme sala de estar).                

 

Os ótimos números de modularidade e espaço interno transformam o rodar com o Freemont em ruas apertadas ou avenidas congestionadas da cidade uma tarefa ingrata. É inevitável a sensação de latifúndio quando se vai sozinho ao trabalho em uma manhã. Como também há a impressão de ser um elefante em uma loja de cristais ao se encarar vagas para estacionar ou engarrafamentos. Porém não há do que se reclamar da boa ergonomia dos comandos, dos porta-copos espalhados da cabine e dois seis comandos de regulagem elétricos do banco do motorista (com ajuste inclusive para a coluna lombar).

 

Com calma se chega

O Freemont, apesar das suas quase duas toneladas de peso (1.809 kg), não conta com o V6 3.6L e 280 cavalos de potencia máxima do irmão gêmeo Dodge Journey (parte de R$ 119.900). O modelo traz um 2.4L 16v DOHC Dual VVT de 172 cv. O câmbio automático, que até 2012 era de quatro velocidades, passou a ter seis velocidades.

 

A marca declara velocidade máxima para o veículo de 190 km/h e uma aceleração de zero a 100 km/h em 12, 9 segundos. Não são números que empolgam, mas também não fazem feio. Exatamente essa é a impressão que se tem a bordo do Freemont. Não espere uma arrancada vigorosa ou se aventure em grandes ultrapassagens, a ideia é seguir com calma, ligar o piloto automático e aproveitar a vista.

 

Para cumprir o teste do WebMotors foram feitas três viagens entre a capital São Paulo e cidades do interior. O melhor habitat do Freemont é sem dúvida uma rodovia bem pavimentada e com pista dupla. Esqueça o uso em estrada de terra (a não ser que a estrada seja um tapete e plana). O modelo não traz opção de 4X4 ou reduzida. Por conta das respostas um pouco vagarosas e o tamanho abrutalhado, este Fiat também não é muito chegado em estradas vicinais.

 

A suspensão segue o estilo de carros americanos. Privilegia o conforto. O que, para nós brasileiros, pode soar como molenga de mais. Os bons equipamentos de segurança – controle de tração, estabilidade, sistema eletrônico anticapotamento, freios ABS, BAS, EBD – tornam o Freemont extremamente seguro. Porém, no início o motorista vai se assustar quando entrar rápido em uma curva e sentir a carroceria se inclinar. Em compensação, a suspensão filtra com extrema competência os mais variados tipos de buraco típico das nossas estradas.

 

Custo X benefício

O Freemont tem como rivais diretos os ditos SUV médios: Honda CR-V, Toyota RAV4, Hyundai ix35, Peugeot 3008, Kia Sportage, VW Tiguan, entre outros. E, apesar de ter uma proposta diferente, apresenta um bom nível de equipamentos frente ao valor cobrado. Além dos sete lugares, o modelo da Fiat sai de fábrica com ar-condicionado digital trizone (os ocupantes da segunda fileira podem regular a intensidade do ar-condiconado), piloto automático, airbags dianteiros, laterais e de cortina, rodas aro 17 (225/65), tela multimídia sensível ao toque de 8,4 polegadas (a maior da categoria), sensor e câmera de ré (que distorce muito a visão), espelho interno fotocrômico, computador de bordo (seis funções), sistema isofix e banco do motorista com regulagem eletrônica.

 

Entre os opcionais estão rodas aro 19 (R$ 1.704), pintura metálica (R$ 1.211) ou perolizada (R$ 1.555), teto solar (R$ 3.017) e bancos totalmente forrados em couro com aquecimento para motorista e carona (R$ 2.649).

Sem dúvida o Freemont está muito mais para um crossover com estilo herdado das minivans do que para um SUV.  O que não é um problema. Ainda mais se a sua família é grande e gosta de viajar.

 

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