Nissan X-Trail oferece prazer ao dirigir entre os itens de série

Utilitário médio, com presença discreta no mercado, se destaca por bom espaço interno e um conjunto mecânico digno de nota


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Gustavo Ruffo
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- O segmento de utilitários esportivos médios tem hoje uma excelente variedade de opções, infelizmente quase todas importadas. A produção nacional poderia tornar algumas delas mais acessíveis, mas os preços, ainda que muito mais altos que os praticados no exterior, tanto por carga tributária como por margens de lucro generosas. Seja como for, uma das menos citadas é o Nissan X-Trail. Discreto, esse japonês, recentemente renovado, não revela de cara suas qualidades, mas elas são muitas.

O estilo, apesar de contemporâneo, não faz muitas concessões aos desenhos fluidos e arredondados dos crossovers. O X-Trail conserva os ângulos que dão a qualquer veículo fora-de-estrada a aparência de robustez necessária para decidir colocá-lo na lama ou não. Os muito arredondados, quase femininos, podem quebrar o “salto” em alguma pedra e ficar pelo caminho.

Apesar de não ser exatamente um off-road preparado para tudo, uma vez que não tem marcha reduzida, o X-Trail traz o sistema All-Mode, que permite escolher entre tração dianteira, automática com transferência de torque para a traseira quando for necessário e com bloqueio da embreagem central. Com esta última opção acionada, a distribuição de torque se fixa em 57% na dianteira e 43% na traseira. Pode não ser o ideal para os fãs das trilhas, mas ajuda, especialmente se os pneus forem os mais adequados para encarar a terra.

Os do X-Trail, da marca Bridgestone, são de uso misto, mas mais voltados ao asfalto. O rumor de rolagem está lá, mas é mais sutil do que se os pneus fossem realmente lameiros. E mais gostosos de dirigir no asfalto, com uma aderência que já surpreendia no modelo anterior do utilitário.

A responsabilidade por isso, evidentemente, não é apenas dos pneus, mas também da excelente suspensão do modelo, independente nas quatro rodas McPherson na frente e Multilink na traseira. Ela é suave sem ser molenga e firme sem ser desconfortável. O acerto proporciona prazer ao dirigir, mostrando que conforto não é uma maciez exagerada, pelo contrário. Qualquer motorista há de se sentir mais confortável num carro que não aderna demais numa curva, por mais que atravesse buracos e lombadas como se estivesse sentado numa cama d’água.

Apesar de ter 2,63 m de entreeixos, o X-Trail parece ser um carro maior, por dentro. Isso por conta da posição dos bancos, altos em relação ao assoalho do carro. O porta-malas, de 603 l, comporta bem a bagagem de uma família inteira. Espaço, como se vê, não é artigo em falta no utilitário da Nissan.

Ao volante

O interior do X-Trail, como o da maior parte dos carros da Nissan e de quase todos os modelos japoneses, é minimalista e bem acabado. Tem o necessário e nada mais. Os comandos dos vidros ficam na porta, o volante tem os comandos do controlador de velocidade e o painel de instrumentos, dividido em três mostradores circulares, tem boa visualização.

A posição de dirigir, boa, poderia ser melhor se houvesse regulagem de distância do volante. Ele só se ajusta em altura. O banco tem regulagem elétrica, mas só de altura. Bom seria se todos os ajustes fossem elétricos, uma conveniência que o Chevrolet Captiva oferece a um custo semelhante ao do X-Trail.

Para quem gosta de guardar coisas no carro, há porta-objetos por todos os lados. Mais do que o necessário, inclusive, mas o aproveitamento de espaços e nichos deve encher os olhos do público feminino, assim como a posição alta de dirigir.

Com o carro em movimento, o que primeiro se nota é a suavidade no rodar. O motor 2-litros poderia parecer insuficiente para os 1.513 kg do utilitário, mas ele está na medida. Anda direitinho e responde sempre que o pedal do acelerador exige.

Uma explicação para essa eficiência é o câmbio Xtronic, CVT, o mesmo usado no Sentra. CVT, sigla em inglês para câmbio continuamente variável, é um sistema que não tem marchas e, por isso, pode se ajustar sempre à melhor condição de torque e dirigibilidade. É um dos sistemas que melhor aproveitam a força de qualquer motor. Pena ele não ser muito popular e até andar sumindo do mercado, como aconteceu com o câmbio do Honda Fit, que deu lugar a um automático convencional de cinco marchas.

No trânsito carregado das grandes cidades, onde o recomendável seria um modelo menor e mais econômico, o X-Trail se comporta como se fosse um. Muito mais pela agilidade com que ele move entre outros carros do que pelo consumo e por suas emissões, naturalmente mais altas em um modelo tão grande e pesado.

Quem quer que tenha em mente a compra de um utilitário esportivo médio deve considerar o X-Trail entre suas opções. Não tanto pelo preço, que, a R$ 99,99 mil, é um tanto salgado, mas pelo conforto e pelo prazer que o carro proporciona a quem o dirige. Para quem gosta de dirigir e de utilitários, ele é uma das melhores pedidas.

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FICHA TÉCNICA – Nissan X-Trail

MOTORQuatro tempos, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com sistema CVVTCS de controle variável de válvulas, refrigeração a água, 1.997 cm³
POTÊNCIA138 cv 102 kW a 5.200 rpm
TORQUE198 Nm a 4.400 rpm
CÂMBIOXtronic CVT com modo Sport
TRAÇÃODianteira, com seletor de tração nas quatro rodas
RODASDe liga-leve, em aro 16”
PNEUS215/65 R16
COMPRIMENTO4,63 m
ALTURA1,77 m
LARGURA1,79 m
ENTREEIXOS 2,63 m
PORTA-MALAS603 l
PESO em ordem de marcha 1.513 kg
TANQUE65 l
SUSPENSÕESIndependente do tipo McPherson na dianteira; independente Multilink na traseira
FREIOSA disco nas quatro rodas com ABS e EBD
CORESPreto Prestige, Prata Platinum e Cinza Precision
PREÇO R$ 99,99 mil


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