- Depois de ser convidado para conhecer o Land Rover Experience Centre, em Monte Mor, interior de São Paulo, o WebMotors foi avaliar o Discovery 4 pela cidade de São Paulo. A discrepância de tirar um Land Rover de seu terreno natural off-road e aplicá-lo no asfalto não fica tão grande se você estiver a bordo da família Discovery 4. O mesmo não acontece com a família Defender, que foi feita quase que exclusivamente para a terra.
O modelo colocado à prova por nós é o Discovery 4 equipado com motor V6, de 3,0L, turbodiesel, com 245 cv e 600 Nm de torque. Com um valor sugerido de R$ 191,50 mil, o Discovery 4 avaliado marcou um consumo tanque a tanque de 6,5 km/l de diesel. Pois é, se você é daqueles que compra um carro pensando também em não gastar combustível, está aí uma das opções. Com o mesmo valor usado para preencher os 82,3 litros de diesel total de R$ 152, você só conseguiria abastecer um tanque e meio total de 67 litros de um Fiat Mille com gasolina. Em quilômetros, com o Land você andaria 535 km com R$ 152. Já com o Mille você andaria quase 1.000 km com o mesmo valor. Tudo bem que as categorias são incomparáveis. A ideia foi só colocar frente a frente o modelo nacional mais em conta, também considerado um dos mais econômicos, diante do “grandalhão” e inacessível para uma boa parcela da população.
Mas quem está disposto a gastar quase R$ 2.500 por cada cavalo em um carro, talvez não fizesse uma conta boba destas, será? Acontece que o “Disco 4” conseguiu provar que tamanho, potência e conforto não são sinônimos de esbanjo das reservas de petróleo.
O grande segredo para economizar está no sistema turbo sequencial que torna o uso do turbo primário mais amplo na maior parte do tempo. Já o secundário permanece em repouso quando a força maior não é exigida, reduzindo as perdas de bombeamento e, consequentemente, o consumo de combustível. Conforme números da Land Rover, o modelo TDV6 Automático fez 9 km/l no circuito urbano, 12 km/l na estrada e 11 km/l no percurso combinado.
Outra vantagen dos números é que, mesmo sendo econômico, o modelo que pesa mais de duas toneladas consegue tornar o seu passeio emocionante. Afinal, para um usuário atingir 100 km/h é preciso 9,6s.
Espaço para todos
Lançado em 2009, o Discovery se destaca por suas dimensões. Outro detalhe do novo “Disco 4” é a opção do 7º lugar. A capacidade de carga com todos os bancos rebatidos atinge a marca de 1.950 litros, se for levado em conta o volume até o teto. Com a terceira fileira rebatida o SUV consegue levar até 1.124 litros, sendo apenas 338 litros com a terceira fileira de bancos erguida.
O mais interessante da 7ª fileira do Discovery é que ela é realmente confortável e acessível para um transeunte de 1,80 m de altura. Não existe “invenção” ou dificuldades para transformar o veículo em uma minivan. Durante a avaliação, que três pessoas de tipos físicos diferentes montaram os bancos, desmontaram e se sentaram na última fila sem sofrer.
Impressões ao dirigir
O ponto que mais chamou a nossa atenção durante a avaliação foi a facilidade de dirigir o Land Rover Discovery 4. Seu câmbio automático de seis velocidades responde rápido, mesmo sendo de um disco só, à tocada do motorista. O volante trabalha progressivamente, deixando as manobras da cidade bem precisas e rápidas, principalmente quando o assunto era a mudança de faixa. Não é para menos, o Land Rover traz de série o controle dinâmico de estabilidade DSC e controle de estabilidade antirrolagem RSC. Outro item que ajuda pacas na cidade e nas condições off-road é o controle de descida. Esse sistema permite que você ingresse em uma descida sem que exista a necessidade da utilização do freio. Nos carros 4x4 mais antigos seria a mesma sensação do engate de uma reduzida. A diferença é que o sistema do “Disco” dosa sozinho o uso dos freios, sem que você esteja com a reduzida engatada, evitando assim também o uso excessivo do motor.
Outra eletrônica embarcada que serve tanto para a cidade como para todo-terreno é a suspensão a ar eletrônica, denominada pela marca inglesa de sistema Terrain Response. O esquema é o seguinte: com um simples toque no console você consegue elevar a altura de condução em até 125 mm, buscando uma opção mais off-road. Agora, se a opção é praticidade, existe o modo que abaixa o veículo em até 50 mm, criado para facilitar a entrada, saída ou o carregamento.
O sistema a ar atrelado ao da tração inibe as barreiras do Land Rover. Com o mesmo simples toque no botão do console, você consegue preparar o SUV para as seguintes condições de terreno: lama, cascalho, grama, neve e terreno com pedras. Há também no sistema a opção de controle de areia, denominada Rock Crawl RC. Ele serve para ajudar prevenir que a roda gire e o veículo fique “cavando” na hora da arrancada. O próprio controle se responsabiliza por rodar na hora mais conveniente.
O grande lance é que dificilmente você se enroscará com um Discovery 4, afinal o carro tem uma capacidade de profundidade de 700 mm, um ângulo de entrada de 36,2º, um ângulo de rampa de 27,3º e um de saída de 29,6º.
Conforto e conivência
Como principais equipamentos o Discovery topo de linha traz: Telas de DVD independentes nos encostos de cabeça com entrada para áudio e vídeo, volante com controle de várias funções e acionamento por comandos de voz, tela Touchscreen de 7" com GPS integrado, informações da situação 4x4, controle do rádio e telefonia Bluetooth. O sistema de som é o da marca Harman-Kardon de alta definição, ele tem até 480 Watts de potência, sendo distribuídos em 14 alto-falantes, incluindo o subwoofer.
Dinheiro para comprar um SUV de verdade
A versão que avaliamos é a topo de linha, um degrau abaixo da linha Range Rover Sport. Com um valor sugerido de R$ 260 mil, o Land Rover Discovery 4 tem como principais concorrentes os modelo: BMW X3 R$ 273 mil, Mercedes-Benz ML R$ 250 mil e Audi Q5 V6 R$ 260 mil.