Hyundai HB20 2016 cobra caro por melhorias

Versão com todas as novidades custa 'salgados' R$ 63.535


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Lukas Kenji
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Parece contraditório, mas é verdade. O terceiro modelo mais vendido em um País com economia e setor automobilístico em recessão custa R$ 63.535 em sua versão topo de linha. É verdade também que tal configuração abocanha a menor parcela do mix de vendas da gama e que seu preço baseia-se em equipamentos sofisticados e caprichados que ‘gourmetizaram’ até o nome da versão. Apesar das ressalvas, o HB20 Premium ainda é um HB20 e, portanto, abrange o segmento de volume.

Nota-se ainda que as peças publicitárias que vendem uma revolução de modernidade no hatch são baseadas na versão top. Mas não dizem que os todos incrementos que realmente melhoraram o produto são disponibilizados somente na configuração que a WebMotors avaliou, como você pode conferir abaixo em um vídeo exclusivo.

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O panorama piora um pouco ao constatar que há versões em que somente a grade e alguns pormenores tiveram adaptações sendo que o HB20 ‘antigo’ continua à venda.

A impressão que fica, entretanto, é que a política de preços da Hyundai não chega a ser um fator que os afastem do HB20 em busca de um concorrente que privilegia o custo-benefício. Isto é, o sucesso de vendas da marca nunca foi um produto destacável pelo preço. O modelo leva a pior contra diversos rivais no quesito. Interessante notar que justamente esta característica acabou transformando o hatch em sonho de consumo.

Não só isso, é claro. Junto ao Chevrolet Onix, o HB20 modernizou o segmento ao oferecer características tão demandadas pelo consumidor mas nunca implementadas. O Hyundai foi um dos pioneiros na tecnologia de motores 1.0 de três cilindros, oferece espaço confortável para a família, acabamento interno com materiais de boa qualidade e o principal: design atraente. O peixe (leia-se consumidor) é fisgado pelo olho.

Pois as linhas muscolosas e modernas do veículo ficaram ainda mais chamativas no facelift do modelo. É bom frisar: foi feita uma reestilização do veículo (acertada, diga-se), mas não uma nova geração. A parte frontal aproximou o compacto de seu ‘primo’ maior i30, enquanto a outra extremidade, que já atraia olhares pela robustez, ganhou um toque de requinte com as lovas lanternas em LED.

A experiência premium que a Hyundai quis dar à sua versão top permeia o interior graças aos bancos e portas revestidos em couro marrom. Também tem papel fundamental neste sentido a nova central multimídia BlueMedia. Ela segue a nova moda de espelhar o conteúdo de smartphones e tablets para a tela do console. Uma pena que o dispositivo não pôde ser avaliado uma vez que está disponível apenas para dispositivos Samsung e LG, enquanto aparelhos Apple só receberaão a novidade em 2016.

O QUE REALMENTE IMPORTA

Mas o que realmente importa para o condutor é a introdução do câmbio automático de seis velocidades em substituição à caixa de quatro marchas. Ela aprimorou e muito a experiência de guiar o carro equipado de motor 1.6 de 122/128 cv a 6.200 rpm, além de 16/16,5 kgf.m de torque máximo a 5.000 giros, na ordem gasolina e etanol.

O hatch está muito mais solto e confortável, sendo que os escalonamentos são feitos em uma taxa de rotação mais baixa. Ou seja, nada de motor berrando aos 120 km/h. Apesar de manter o cumprimento da distância 0 a 100 km/h em 11 segundos, a velocidade máxima saltou para 174 km/h.

Em relação ao consumo, houve melhora nos índices medidos pelo Inmetro/Conpet. O desempenho na cidade ficou em 8,1 e 11,6 km/l, enquanto na estrada os números saltam para 9,9 e 13,8 km/l, com combustível mineral e vegetal, respectivamente. Embora os dados tenham conferido nota A ao modelo, a impressão foi de que o carro continua sendo um 1.6 que gosta de te levar para fazer uma visita ao frentista. Isso porque durante a avaliação o hatch sofreu para chegar na casa dos 10 km/l com gasolina e em ciclo misto.

Seria bem-vinda também uma modificação na suspensão. Mantida McPherson e semi-independente, poderia ter acerto mais rígido. E olha que o foco não é esportividade. A impressão é de que o veículo tem comportamento molenga em algumas curvas em alta.

NÃO PODERIA DEIXAR DE SER

Já em relação ao pacote de equipamentos, a mudança foi abrangente como não poderia deixar de ser diante de um veículo que beira aos R$ 65.000. Vale o elogio para a oferta de quatro airbags (frontais, cortina e tórax) e aos bancos traseiros com ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis. Há também o novo ar-condicionado digital, direção hidráulica, trio elétrico (vidros, retrovidores e travas) sensores crepuscular e de estacionamento, retrovisores externos com rebatimento automático, novas rodas de liga leve de 15 polegadas, volante multifuncional revestido em couro com regulagem de altura e profundidade, além das novidades já citadas faróis, lanternas e central multimídia.

É CARO, MAS É BOM

Os itens acima mostram por si só que o HB20 evoluiu. Quem estiver dentro do carro também sentirá um comportamento incrementado do veículo em relação a desempenho, conforto e comodidade. Quem estiver fora certamente notará a presença do carro em qualquer esquina. E saberá também que o dono do veículo terá pago caro por isso.

Um exemplo está no seguro. Cotação feita no AutoCompara mostra que oferta mais em conta por R$ 2.382,39, enquanto a apólice mais cara sai por R$ 4.164,30. O perfil utilizado foi de homem casado que utiliza o veículo para ir o trabalho e para casa com CEP na Zona Sul de São Paulo.

Por outro lado, o HB20 continua com garantia de cinco anos, assistência 24 horas e revisões programadas. A primeira, feita com 10.000 quilômetros ou 12 meses sai por R$ 185.

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