Honda Fit LXL Flex, um japonês versátil

Flexibilidade tem seu preço. Vale a pena pagar por ela?


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Luís Figueiredo
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- Demorou, mas a Honda aderiu à onda “flex” – e antes da Toyota, que ainda está por lançar o Corolla flexível em combustível, capaz de rodar com gasolina, álcool ou a mistura de ambos em qualquer proporção. Melhor do que isso, colocou a tecnologia nos dois carros que fabrica no Brasil, Civic e Fit. Claro que a japonesa o fez ao seu modo, com um sistema inédito que utiliza tanque auxiliar acessado pela lateral do veículo, e não pelo cofre do motor, como todos os outros veículos flex à venda no mercado.

O principal, no entanto, está no preço. Também diferente da maioria dos modelos tornados flexíveis em combustível, os Honda ficaram mais caros. No caso do Fit, disponível apenas com câmbio manual nas versões básica LX e intermediária LXL, a avaliada pelo WebMotors, o aumento ficou na casa do 1%, ou aproximadamente R$ 1.400,00. É o suficiente para refletir se vale a pena adquirir o modelo flex. Para amortizar esse maior investimento, o proprietário terá que rodar bastante com o carro apenas no álcool – desde que o combustível de origem vegetal esteja com preço que compense sua utilização, em vez da gasolina. Seriam 45.000 km, ou três anos, segundo a quilometragem média anual do brasileiro, considerando o consumo médio 55% cidade/45% estrada a partir dos dados obtidos pelo computador de bordo ver adiante e preços da gasolina e do álcool R$ 2,40 e R$ 1,40, respectivamente. Vale lembrar as variações de preço que ocorrem entre safra e entressafra e que há regiões do país em que o álcool não compensa, por ser caro e tornar o custo por quilômetro rodado acima do com gasolina.

A própria Honda é comedida em relação à produção dos modelos e a real “vantagem” que eles representam. As versões flex de Civic e Fit responderão inicialmente por 30% do volume produzido na fábrica de Sumaré, interior de SP. Os demais 70% permanecem movidos apenas a gasolina. Alterações nesse volume poderão acontecer dependendo da resposta do mercado.

A tecnologia foi desenvolvida em conjunto pela engenharia brasileira e a matriz no Japão. De acordo com a fábrica, a instalação do tanque de gasolina do sistema de partida a frio seguiu determinações de segurança que visaram três pontos principais. Deixá-lo distante do calor gerado pelo motor; protegê-lo em caso de colisões, para o que o tanque auxiliar ganhou uma armadura feita de aço naval foram feitos testes de colisão lateral; evitar que os vapores de gasolina passem pelo sistema de ventilação do carro ao reabastecer o pequeno tanque. Há luz-espia no painel de instrumentos para alertar quando o volume de gasolina no reservatório chegar a 20% 140 ml de sua capacidade.

Moderno, o sistema utiliza linha auxiliar especial com 4 injetores no coletor de admissão. Para evitar que a gasolina do reservatório se deteriore com o tempo por falta de uso, é sempre injetada pequena quantidade de gasolina, independente da necessidade, justamente para que seja consumida. Gasolinas comum/aditivada e premium duram 3 meses. Após esse tempo perdem suas frações leves, dificultando ou impossibilitando a partida. Apenas a Podium, exclusiva Petrobrás, dura 1 ano. Sob clima frio e dependendo da quantidade de álcool no tanque, o volume de gasolina injetada aumenta para facilitar a partida.

Como a Honda não mexeu na taxa de compressão do motor, deixando-a em 10,4:1, a potência mudou pouco. Abastecido com 100% de gasolina, o 1,4-litro, que tem duas velas por cilindro, desenvolve potência de 80 cv a 5.700 rpm. Seu torque máximo é de 11,8 km/l a baixas 2.800 rpm. Com etanol, a potência passa a 83 cv à mesma rotação e o torque máximo vai a 12,1 kgfm, também a 2.800 rpm.

O consumo de combustível, característica sempre elogiada pelos proprietários do Fit, ficou pior com álcool, obviamente, em razão de seu menor poder calorífico em relação à gasolina significar maior volume. É também reflexo da taxa de compressão algo baixa para o uso de do combustível de origem vegetal. Modelos que obtêm melhor rendimento com o álcool têm taxa mais elevada Prisma e Fiesta 1,6-litro, por exemplo, têm 12,4:1 e 12,6:1, na ordem. Aferindo pelo computador de bordo chegamos à marca de 8 km/l na cidade e 12 km/l na estrada, rodando apenas com álcool no tanque. Abastecido com gasolina e aferindo pelo mesmo equipamento os números são bem melhores – 12 km/l na cidade e 16 km/l na estrada. Como o tanque de combustível permanece com apenas 42 litros de capacidade, um ponto fraco do modelo é a menor autonomia com álcool.

À parte essas novas características oriundas da “flexibilização”, o Fit mantém seu bom comportamento geral. Ao volante, é mais firme do que o necessário pior que o concorrente Idea, por exemplo, transmitindo ao interior as imperfeições do piso. Mas a suspensão – dianteira independente tipo McPherson e a traseira por eixo de torção – garantem bom desempenho e estabilidade superior – o Fit inclina apenas moderadamente a carroceria em curvas, o que acontece algo acentuadamente no Idea. Os freios são a disco na dianteira e a tambor na traseira e sua direção possui boa assistência, que é elétrica.

Mantendo-se velocidade em torno de 120 km/h o motor do Fit está trabalhando próximo de 4.000 rpm. Rotação um pouco elevada, mas explicada pela definição do câmbio que procurou aproveitar ao máximo a força produzida pelo motor. A destacar o comando de câmbio do Honda, um dos mais suaves e preciso do mercado nacional, uma referência de engenharia.

Destaque também para o aproveitamento inteligente do habitáculo. Mesmo com entreeixos curto 2,45 metros, o Fit oferece bastante espaço para as pernas dos passageiros e seu sistema de configuração dos bancos é realmente inteligente e simples de usar. A capacidade do compartimento de bagagem é de 380 litros.

Característica ruim desse tipo de veículo é a grande largura das colunas dianteiras “A”, , que atrapalham a visão do motorista e podem esconder um pedestre atravessando a rua ao se dobrar à esquerda numa esquina, o que requer cuidado.

A versão LX vem equipada de fábrica com ar-condicionado, airbag para motorista, rodas de 14 polegadas com pneus 175/65 R14, coluna de direção ajustável em altura e vidros elétricos, entre outros itens. A LXL adiciona sistema de freios antitravamento ABS, com distribuição eletrônica das forças de frenagem EBD, toca-CD sem leitor de MP3 e airbag para passageiro. Flexível em combustível, é vendido por R$ 50.150,00 R$ 48.690,00 a gasolina. O LX Flex sai por R$ 46.340,00, ou R$ 1.350,00 a mais do que o a gasolina. Vale a pena? Sim, se você for fã incondicional de carro a álcool e/ou tiver preocupação urgente com o meio ambiente, em especial o aquecimento do planeta. Mas é bom lembrar que o motor a gasolina é bem moderno e já polui quase nada.

Derrapamos: ao contrário do que dissemos, o Fit não tem versão LXS, presente apenas no Civic. Neste veículo, a versão intermediária se chama LXL. O texto já foi corrigido



Derrapamos: ao contrário do que dissemos, a versão LX do Fit não tem toca-CD de série. O texto já foi corrigido
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