Teste: Hyundai HB20 1.6 Copa do Mundo FIFA

A Hyundai escalou o craque de vendas HB20 para receber a edição Copa do Mundo FIFA. Testamos a versão completa que bate um bolão com motor 1.6 de 128 cv de potência e transmissão automática de seis velocidades. Será que ela é favorita para ganhar seu coração e garantir vaga na sua garagem?

A regra é clara: o parágrafo acima é tão clichê quanto o personagem desta avaliação. Haja visto que esta é a segunda vez que a montadora cria uma versão referente ao mundial de futebol para seu modelo mais vendido no Brasil. A primeira foi em 2014, o que não nos traz boas lembranças. Pelo menos não estamos falando de uma fabricante alemã, senão desconfiaríamos de uma teoria da conspiração contra a Seleção canarinho.

Agora, a edição é limitada a 4.200 unidades que trazem aqueles diferenciais manjados de qualquer série especial. O logo da Copa da Rússia aparece sobre os para-lamas frontais e costuradas nos bancos parcialmente revestidos em couro. Há também rodas de 15 polegadas e retrovisores na cor cinza e faróis de máscara negra.

Defasagem precoce

A série teria tudo para ser tão surpreendente quanto um título da Islândia. Quando anunciada, em março último, era a única configuração da linha HB20 que trazia central multimídia com TV digital de série. Mas bastou pouco mais de um mês para que ela ficasse defasada. Isso porque outras versões do modelo também passaram a oferecer o mimo na linha 2019. E não para por aí. O novo ano-modelo trouxe ainda grade com design ao estilo colmeia, enquanto o protagonista desta matéria aposta em linhas verticais cromadas. Haja coração, amigo!

Mas, calma. Isso não quer dizer que a série é uma bola nas costas. Ela custa R$ 61.990, portanto, é R$ 1.140 mais cara em relação à versão Comfort Plus, na qual é baseada. Isso nos faz crer que estamos diante de uma versão que vale a pena para quem é aficionado por futebol e, evidentemente, já está inclinado a comprar um HB20 - vale lembrar que a série também está disponível para o HB20S.

No entanto, as vantagens não só desta edição especial, mas como de qualquer outra, é ter a certeza de que ela vem com diversos equipamentos de série, o que não desvaloriza o carro em uma revenda. E a lista que temos aqui é recheada. Além dos itens já citados como diferenciais do HB20 Copa, há ainda direção hidráulica, ar-condicionado, vidros dianteiros e traseiros, travas elétricas, computador de bordo, banco do motorista com regulagem de altura, acendimento automático dos faróis, descansa-braços, volante com regulagem de altura e profundidade e sensor de estacionamento traseiro.

Já no quesito segurança o HB20 está mais para um centroavante mediano. Isto é, ele pode decidir uma partida por entregar itens relevantes como sistema Isofix para cadeirinhas infantis e estrutura que garantiu três estrelas nos testes de impacto do Latin Ncap em relação à proteção de adultos. Por outro lado, o atacante pode também perder um gol feito cara a cara com o goleiro, uma vez que fica devendo equipamentos básicos como cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os passageiros traseiros.

Conjunto de qualidade

Mas e quando o assunto é motor, o Hyundai é talentoso como o menino Neymar ou causa a desconfiança como o Taison? Bem, o propulsor 1.6 já é um velho conhecido e não faz feio. Entrega o pico de potência de 122/128 cv aos 6.000 rpm. Já o ápice do torque é de 16 kgf.m a 4.500 rpm quando abastecido com gasolina, e sobe para 16,5 kgf.m aos 5.000 giros, com etanol.

Dá para dizer, então, que o propulsor está para um Paulinho, que comanda bem o meio-campo com o auxílio do câmbio automático de seis velocidades. Este, pode ser comparado ao Casemiro. Seguro, distribui bem os escalonamentos e, às vezes, passa despercebido por conta das transições de marchas silenciosas.

O desempenho linear do conjunto mecânico mostra eficiência nos números. Bastam 9,3 segundos para que o hatch chegue aos 100 km/h quando o combustível é o álcool.

O problema é que o trabalho constante em alta rotação aumenta o consumo de combustível. Segundo o Inmetro, o modelo tem índice de 9,9/7,1 km/l na cidade, e 12,5/9,4 km/l, em trechos rodoviários. A performance garante apenas a nota “C” do instituto.

Em termos de pós-venda, o seguro do HB20 Copa do Mundo FIFA também é outro ponto negativo. A apólice mais em conta encontrada no Auto Compara chega a R$ 3.201. O valor leva como referência perfil de homem casado, de 45 anos, e residente na Zona Sul de São Paulo, com garagem em casa e no trabalho.

Já o preço das manutenções é mais em conta e condiz com o valor que costuma a ser cobrados nesta categoria. Para os seis primeiros serviços, são cobrados R$ 3005,82, em regime de preço fixo.

Fim de jogo

Para fim de papo, dá para dizer que o HB20 sempre foi um produto que jogou bem em várias posições. Não tem números expressivos para destacar-se como o melhor do segmento, mas é sempre uma opção a ser considerada. Não à toa, está sempre entre os top 5 mais vendidos do mercado.

A série Copa apresenta-se como alternativa relevante para quem já olha o Hyundai com carinho e curte o esporte bretão. E que venha o hexa!