BMW M135i é o menor foguete da marca alemã no Brasil

Hatch de 320 cv mantém refino e tem desempenho tão alto quanto seu preço


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Ricardo Sant'Anna
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A cor Azul Estoril traz o brilho que a noite mais fria do ano em São Paulo precisava. O tom é também um prenuncio de que não estamos diante de um BMW comum. É um hatch, mas não é qualquer hatch. É o M135i ou o menor foguete da marca bávara disponível no Brasil. Ele não tem lá assim uma pinta tão esportiva. Nós explicamos. Não se trata de um M por inteiro, mas de uma versão “civil” preparada pela divisão Motorsports da marca alemã. Mas é melhor avisar. Debaixo do capô, existem 320 motivos - ou melhor dizendo, cavalos - para você não encará-lo como um hatch comum.

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A diversão custa caro: R$ 209.950. Embora não seja lá aquele esportivo de carterinha no visual, ele tem alguns itens que o diferenciam dos demais modelos da linha Série 1. O para-choque dianteiro é maior, com gigantescas entradas de ar. Na traseira, há uma espécie de extrator de ar na cor preta. Para fazer bonito na noite, os calçados também são diferentes. Trata-se de um jogo de 19 polegadas, com pneus 245/35, que não faz a menor questão de esconder o jogo de discos de freio ventilados nas quatro rodas. A suspensão mais baixa completa o pacote.




O BMW repete o padrão esportivo discreto também no cockpit. Ao abrir a porta do M135i fica mais claro ainda que esse Série 1 quer “enganar” muitos desavisados por aí, até que se note o logo da divisão M no volante revestido em couro. O painel e os instrumentos chegam a ser simples demais para um carro com tanta potência debaixo do capô, mas não perde o refino da marca bávara, tampouco a boa sensação de guiar. Você quer mesmo saber como ele anda, mas peço um pouco mais de tempo para dizer que as visitas são bem recebidas por ele.


O Série 1 não faz o tipo espaçoso, mas confortável. Quem viaja ali dentro não tem do que reclamar: há sistema de som e entretenimento com navegador GPS, ar de duas zonas, bancos de couro convencional, câmera de ré e sensor de estacionamento na dianteira. Até o porta-malas merece elogios: são 360 litros para auxiliá-lo numa viagem (verdadeiramente) rápida. A posição de dirigir, por sua vez, é baixa e esportiva, mas não se trata de uma exclusividade. Os demais Série 1 também prezam pelo prazer ao dirigir, agora mais evidente no M135i graças ao ouro que está escondido sob o capô.


A usina de força é um grande e pesado 6 cilindros em linha, um 3.0 24V biturbo capaz de gerar 320 cv de potência a 5.800 rpm e 45,9 kgfm de torque disponíveis a partir das 1.300 rpm. O propulsor não seria nada se não tivesse acoplado a uma transmissão. E lá está ela: um câmbio automático ZF de 8 marchas. É ele quem dá conta de colocar o desempenho do M135i próximo de modelos com potência e preço bem maiores. De acordo com a marca bávara, o hatch vai de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 segundos, número parelho aos 4,8 segundos do Camaro conversível, que traz sob o capô um motor 84 cv mais forte.




Se os números impressionam, as sensações não fazem diferente. O que o visual dá indícios, o modo de condução confirma. O M135i é um carro convencional com um conjunto mecânico esportivo. Isso porque o BMW não faz o tipo durão e desconfortável. Embora rígida para agradar nas voltas mais rápidas, a suspensão não faz o tipo durona. É um carro que pode ser usado tranquilamente no dia a dia sem que gere cansaço por batidas secas e fortes da maioria das supensões dos esportivos. Ela ainda dá conta de manter o BMW rigidamente os trilhos seja em curva leves durante o dia a dia ou subindo uma serra com mais empolgação.


A tradicional tração traseira é quem dá conta de toda a emoção e das largadas rápidas, que vale lembrar, conta com a assitência dos controles de tração e estabilidade. É possível desligá-lo para se divertir ainda mais. Vale lembrar, porém, que é melhor fazer isso somente se tiver toda certeza de que irá conseguir controlar o BMW, que é do tipo arisco e arrisca até mesmo saídas de frente, graças ao peso do motor. Embora empolgue pelo desempenho, não se pode dizer o mesmo do ronco pra lá de contido do 6 cilindros. Talvez seja essa mais uma artimanha da BMW para disfarçar o hatch. Mas como faz falta um ronco mais encorpado.


O que reforça ainda mais o lado esportivo e o lado convencional deste BMW são os modos de condução. Escolha pelo Comfort e tenha um carro dócil e macio para a cidade, mas opte pelo modo Sport e ganhe direção e suspensão mais firme, e trocas de marchas em rotações. Ou melhor dizendo, tenha um diabo azul sob o controle de suas mãos e pés.




A direção também faz bem o meio termo entre a esportividade e o convencional, sendo confortável para rodar na cidade e ágil na estrada. Ma se pudermos definir qual lado ela cumpre melhor, é o da condução comum, do dia a dia. E para que serve a oitava marcha? Dificilmente ela entrará em uso no circuito urbano, mas é focada em buscar um melhor consumo de combustível, baixando drasticamente a rotação do motor. De acordo com a BMW, o consumo de combustível na estrada fica na casa de 10,3 k/l.


O BMW M135i é o esportivo de quem não quer ser percebido com tanta facilidade. Sim, chama atenção como qualquer BMW, mas é mais urbano que um Camaro por exemplo, entregando uma diversão dinâmica mais interessante que o Chevrolet, embora sejam dois modelos difíceis de serem comparados se não pela faixa de preço próxima Fato é que mesmo travestido de hatch convencional, o BMW deixa muito esportivo de renome para trás e empolga quem está atrás do volante, mesmo que esteja frio lá fora. 

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