Alfa Romeo Giulietta: mudança de estratégia

- Na última década, a Fiat não deu muita atenção para a Alfa Romeo no Brasil. A matriz italiana até importou oficialmente os carros da marca, mas foram poucos modelos e raras unidades vendidas – trazidas apenas sob encomenda. E desde 2007, não foi vendido sequer um exemplar da Alfa Romeo no mercado brasileiro. Entretanto, a Fiat anunciou que a partir de 2012 vai voltar a comercializar os carros da marca do “cuore sportivo” por aqui. Os primeiros a chegar devem ser os hatch Giulietta e MiTo – primeiro compacto da história da fabricante.

Os dois fazem parte da recente renovação da gama da Alfa e possuem plataformas modernas. O Giulietta veio para substituir o 147 e foi lançado no Salão de Genebra de 2010. Com a mesma base do Fiat Bravo, o médio tem 4,35 metros de comprimento, 2,63 m de distância entre-eixos, 1,80 m de largura e 1,46 m de altura. Na Europa, os principais rivais são o Volvo C30 e Volkswagen Golf.

Como manda a cartilha da Alfa Romeo, o desenho do Giulietta é o grande destaque. A frente é marcada pela tradicional grade triangular com frisos cromados. Lá está o emblema da marca, que parece se expandir pelo capô através de dois vincos na peça. Os faróis também têm forma triangular e contam com elementos em LED. Visto de perfil, o Giulietta é um hatch médio imponente e robusto. A linha de cintura alta e a pequena área envidraçada ajudam a aumentar ainda mais a sensação de robustez. As belas rodas de liga leve aro 19 também se destacam. A traseira é marcada pelas lanternas que invadem a área do porta-malas – delineado pelas luzes em led. Dois fortes ressaltos completam o conjunto da parte posterior.

Na Europa, o Giuletta pode ser equipado com cinco motores diferentes, todos desenvolvidos pela FPT. Dois a diesel: 1,6 de 105 cv e 2,0 de 170 cv, ambos com a tecnologia MultiJet – com injeção direta de combustível. Entre os propulsores a gasolina, que estarão nas versões exportadas para o Brasil, estão o 1,4 com 120 cv e o 1,4 MultiAir – com sistema de abertura inteligente das válvulas – com 170 cv. Já a versão mais esportiva, a Quadrifoglio Verde, vem com o um motor 1,7 sob o capô que é capaz de gerar 235 cv de potência. Todos os propulsores são equipados com turbocompressor. Os preços do Giulietta partem de 20.300 euros – R$ 48 mil e chegam a quase R$ 67 mil na versão topo de linha.

Como aconteceu no começo dos anos 2000, a Alfa Romeo não terá concessionárias próprias. A diferença desta vez é que os veículos da fabricante vão ganhar espaço nas revendas da Chrysler – que teve 20% de suas ações compradas pela Fiat em 2009 –, em vez de ficarem junto aos compatriotas italianos.

Impressões ao dirigir - Joia da casa
Por Carlo Valente do Infomotori/Itália Exclusivo para Auto Press
Vicenza/Itália - Com seu motor a gasolina 1,4 com turbo rendendo 120 cv, o Giulietta anda bem. E é bastante confortável. Apesar do caráter esportivo, a aspereza do asfalto é absorvida com eficiência exemplar. Na base do câmbio fica o “manetinno”, que permite três diferentes acertos para o carro: Normal, Dynamic e All Weather. Definindo o sistema para um comportamento dinâmico privilegiado, a central eletrônica ajusta as respostas do acelerador e do volante para serem mais rápidas e precisas. Dessa forma, todo o carro adquire um comportamento de um esportivo genuíno.

Na estrada, o Giulietta enfrentou as mudanças de direção com facilidade. No trajeto longo e sinuoso, o novo médio da marca italiana revelou ter uma suspensão bem ajustada e um chassi rígido, componentes que ajudam a melhorar o comportamento ao entrar em uma curva. O motor 1,4 a gasolina tem boa força, mesmo em baixas rotações, e não mostra hesitação na hora de arrancar. As frenagens são boas e bem moduladas, passando uma sensação de segurança, mesmo em altas velocidades. Ruídos ficam do lado de fora da cabine e todos os barulhos mecânicos são bem filtrados.


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