Vídeo: Nissan Kicks sem ESP quase capota em teste

Autologia, site mexicano parceiro do WM1, quase capota Nissan Kicks sem controle de estabilidade em 'Teste do Alce'

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Redação WM1
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O paradoxo é grande. Enquanto alguns lugares do mundo discutem questões práticas, filosóficas e até religiosas sobre a utilização dos carros autônomos, em outros - como aqui no Brasil - tecnologias automotivas muito mais simples, que existem há anos e podem salvar vidas continuam negligenciadas em diversos veículos. Uma delas é o chamado Controle Eletrônico de Estabilidade.

Recurso encontrado, por aqui, apenas em veículos com alto valor, mas deixado de lado em modelos de entrada, o ESP (electronic stability program) é item indisponível ou ofertado somente como opcional em versões mais ‘tops’ e, consequentemente, mais caras - completamente fora do alcance de muitos brasileiros que utilizam o automóvel como meio de transporte da sua família.

Recentemente, o pessoal do Autologia, site mexicano parceiro do WM1/Webmotors, realizou o famoso 'Teste do Alce' (mudança de trajetória brusca simulando o desvio de um carro parado na via, por exemplo) com duas unidades do Nissan Kicks, uma com ESP e outra sem. O resultado não poderia ser mais assustador: o modelo sem o recurso eletrônico poderia ter capotado se não fosse a habilidade do jornalista Héctor Ocampo, Diretor Editorial do portal hermano, responsável por realizar o teste.

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Aqui no Brasil, as primeiras unidades do Nissan Kicks foram importadas do México, todas elas com controle eletrônico de estabilidade. Atualmente, todas as comercializadas por aqui são produzidas na fábrica da Nissan em Resende, interior do Rio de Janeiro. Questionada sobre o ocorrido, a Nissan divulgou o seguinte posicionamento, que reproduzimos na íntegra:

“A Nissan está comprometida com a segurança e satisfação de seus clientes e passageiros. O Nissan Kicks fabricado no Complexo Industrial de Resende (RJ), assim como os modelos importados anteriormente do México, tem Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) em todas as versões, sendo item de série nas equipadas com o câmbio Xtronic CVT. Para a versão de entrada S manual, esse equipamento é opcional.”

 Nissan Kicks sem controle de estabilidade (ESP) testado no México
Nissan Kicks Testtecnico 09
Legenda: Nissan Kicks sem controle de estabilidade (ESP) testado no México
Crédito: Reprodução/Autologia
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Confira abaixo a reportagem na íntegra de Héctor Ocampo, do site Autologia, do México, que recebeu o título: “Nissan Kicks e seu alto risco de capotamento, teste feito no México

Em Autologia, levamos muito a sério os testes que fazemos em todos os carros que temos que avaliar semana após semana. Aos poucos, incorporamos ferramentas para obter dados de medição reais, como o Vbox, que nos permite ter conhecimento da velocidades, distâncias e forças G com alta precisão.

Da mesma forma, pouco a pouco, incorporamos também mais testes ou exercícios que nos permitem conhecer o desempenho dos carros em diferentes circunstâncias que simulam situações de uso diário.

Esses testes nos permitem determinar quão bons os produtos em termos de segurança e dinamismo são os carros que avaliamos. São exercícios homologados que nos permitem comparar veículos no mesmo segmento. Desta forma, podemos determinar qual é realmente o melhor.

 

Nissan Kicks Testtec Alce 01
Jornalista mexicano inicia o teste do alce com o Nissan Kicks
Crédito: Reprodução/Autologia
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Nissan Kicks Testtec Alce 02
Na primeira mudança de direção duas rodas do Kicks saem do chão
Crédito: Reprodução/Autologia
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Nissan Kicks Testtec Alce 03
Jornalista perde o controle do SUV durante a prova
Crédito: Reprodução/Autologia
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Nissan Kicks Testtec Alce 04
Momento que o Nissan Kicks quase capota durante o  teste
Crédito: Reprodução/Autologia
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No teste, então, poderíamos comparar o desempenho do Nissan com mais dois modelos em seu segmento: Chevrolet Trax e Honda HR-V.

O desempenho do Kicks, no entanto, foi tão inesperado que decidimos adicionar outra unidade Nissan Kicks para corroborar o teste. O primeiro Kicks que avaliamos, como mencionamos, foi a versão Fan Edition (não disponível no Brasil), um intermediário que carece de um item importante de equipamento de segurança ativo para este tipo de modelo: o ESP ou programa eletrônico de estabilidade.

Acreditamos que essa ausência é, sem dúvida, o grande responsável por tal desempenho. Assim, o segundo modelo em avaliação foi uma versão exclusiva que incluiu controle eletrônico de estabilidade.

Mas o que é ESP? Devemos deixar claro que faz parte dos sistemas de segurança ativos que estão em operação o tempo todo para nos ajudar a evitar um acidente. Eles são sistemas como o ABS (controle eletrônico que evita o travamento das rodas em situações de frenagem extrema).

Também é conhecido como ESC, VDC ou DSC, dependendo da marca. Foi desenvolvido pela Bosch na década de 90 para o Mercedes Classe A da época, cuja maior altura ou centro de gravidade e curta distância entre eixos poderiam capotar em manobras de emergência repentinas.

Este sistema é considerado um dos maiores avanços na segurança automobilística nos últimos anos, pois estima-se que ele seja capaz de evitar 80% dos acidentes quando o carro vai derrapar. É obrigatório na Europa desde 2011, no México, não aparece na legislação – no Brasil também não é um recurso obrigatório.

Ele é capaz de nos ajudar em uma situação de emergência, por exemplo, em uma mudança repentina de pista que pode comprometer completamente a estabilidade do carro.

Um sensor no centro do chassi mede o ângulo de rotação do carro em seu eixo vertical até 25 vezes por segundo, isso deve corresponder tanto em intensidade quanto em direção. Se detectar um certo valor de desvio, o computador central envia um sinal para os freios ABS que podem ser aplicados independentemente a cada roda. Dessa forma, um efeito duplo é percebido: a velocidade é reduzida e se evita os efeitos do pêndulo. Então, a única coisa que precisa ser feita é direcionar o carro para onde queremos, para que o sistema faça o resto.

Também não é infalível, tudo acontece, logicamente, dentro das leis lógicas da física.

EM DETALHES

Nissan Kicks (01)
Crédito: Reprodução/Autologia
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O Nissan Kicks tem sido, durante vários meses, um dos carros mais vendidos no mercado. Em 2017, mais de 22 mil unidades foram comercializadas (no México) e, no início deste ano, foram as três principais vendas.

O motor é o conhecido 1.6 de 4 cilindros com 115 cavalos de potência e é acoplado a uma transmissão CVT com foco na economia de combustível e eficiência.

Nós particularmente tivemos um para avaliar por três meses. Estamos muito satisfeitos com o seu nível de equipamento, como o sistema de abertura e arranque com chave de presença, câmara de 360 ​​graus, o bom consumo na cidade e o espaço suficiente para toda a família.

Nissan Kicks (03)
Crédito: Reprodução/Autologia
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Os pneus são particularmente notáveis, a boa aderência nos nossos testes rendeu bons resultados.

O que aconteceu com o Nissan Kicks (quase capotar) acreditamos que tem explicação da seguinte forma:

O centro de gravidade, ou o centro de massa (cientificamente escrevendo), é o ponto no qual a força é aplicada a cada objeto e representa, precisamente, o lugar onde a massa de um corpo está concentrada. Por conta da altura maior, nos SUVs este ponto é mais alto e isso faz com que em manobras de emergência repentinas nestes veículos tenham maior probabilidade de querer rodar em seu próprio eixo.

Nissan Kicks (05)
Crédito: Reprodução/Autologia
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Acontece também que os utilitários esportivos compactos têm uma base menor, isto é, tendo plataforma de hatchbacks de entrada ou sedans subcompactos, com medidas e distância entre eixos idênticos em muitos casos, e, em seguida, tornam-se maiores apenas no porte.

Acrescentemos, além disso, que seu foco é principalmente o habitante da cidade, adotando suspensões excessivamente suaves, que afundam e dão origem a reações perigosas.

Que susto nós legamos!  Embora tivéssemos a oportunidade de avaliá-lo anteriormente, não imaginávamos que teríamos um comportamento de tamanha magnitude nos testes dinâmicos.

As coisas ficaram realmente perigosas no Teste do Alce. As suspensões são tão suaves que há enormes inércias do corpo que se tornam preocupantes. No slalom, o eixo traseiro se eleva demais, porque ele usa uma arquitetura semi-rígida e falta um ESP para domar o veículo.

Nissan Kicks (06)
Crédito: Reprodução/Autologia
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O risco de capotamento é alto, a transferência de peso quebra do eixo traseiro completamente vertical e salta para gerar enorme inércia que pode proporcionar a derrapagem do carro.

Como podemos ver nas fotos, em menos de um segundo Kicks está sobre duas rodas graças à evidência a sempre fazer com pneus inflados corretamente, o pneu não perder a forma e a função que nos permitiu recuperar a horizontal. Mas a facilidade com que o veículo perde a estabilidade é preocupante e o mais grave é que o fizemos a 65 km/h.

Então escolhemos realizar o mesmo teste na mesma velocidade, mas com um modelo com controle de estabilidade. Também pedimos ao nosso piloto de testes de carros esportivos, Víctor Medina, para nos ajudar a realizar o teste para remover o fator de erro humano. Recorremos ao teste do capacete e assistência médica para qualquer situação de emergência que pudesse acontecer, porque estava latente.

Nissan Kicks (07)
Crédito: Reprodução/Autologia
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O resultado é muito diferente com o ESP. Victor poderia subir os 65 km/h mantendo os Kics na pista. Em alta velocidade, é impossível devolvê-lo e decidi não fazê-lo porque a sensação de emborcar estava latente. Embora os atos do ESP sejam lentos e ainda gerem alguma inércia que nos deixou nervosos.

Também fizemos o teste com o ESP ligado e fazemo-lo a 65 Km/h, mesma velocidade em que quase sofrer o rollover, mas decidiu não testar mais rápido porque acreditamos que, de qualquer maneira, o risco nessa manobra , é alto.

Hoje, o avanço da tecnologia é tal que existem dispositivos de mídia acessíveis até mesmo como nós, um jovem significa buscar apoio avaliações de dados mensuráveis ​​e comparáveis ​​são feitas porque sabemos a importância do impacto que essas provas possam chegar a ter, se eles não o fizerem com o rigor e cuidado que é necessário.

Sabemos que no México é difícil fazer esse tipo de jornalismo porque as pressões comerciais podem ser muito fortes, mas também acreditamos que os tempos mudam, e é justamente esse tipo de exercício de jornalismo sério, com rigor, que permite críticas precisas com dados que podem comprovar e, acima de tudo, ajudar a melhorar a segurança dos produtos vendidos em nosso país.

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