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S10 High Country chama Toyota Hilux SRX pra briga

Elas mostram que em terra de picape top de linha, caipira é a mãe


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Karina Simões
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A simplicidade da vida no campo já não é tão simples assim faz tempo. O nível de refinamento das picapes mostra que o peão não está mais querendo sujar o pé de lama e, além de um motor potente e capacidade de carga, ele quer é conforto e tecnologia em sua picape.

De maneira geral, o cliente das picapes médias está cada vez mais exigente, esteja ele na "largueza" do interior ou disputando espaço com os carros na cidade grande. Além disso, o crescimento de 30% nesse segmento nos últimos cinco anos mostra que ele também está mais presente. Por isso, o WM1 reuniu as duas picapes mais vendidas do Brasil nas versões top de linha para um confronto direto. Mas não vai ser barraco não, aqui a briga é de luxo.

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A Hilux SRX é uma versão que só passou a existir com a chegada da oitava geração da picape, no final de 2015. Bastante coisa mudou na representante japonesa. Além do visual mais moderno, a Hilux ganhou mudanças profundas –e relevantes- que a afastam muito da geração anterior. O motor 3.0 saiu de cena para dar lugar a um bloco de litragem menor, porém mais potente. O novo 2.8, também turbodiesel, gera 177 cv de potência e 45,9 mkgf de torque.

Já a líder de mercado S10 está na terceira geração –apresentada em 2012- e recebeu atualizações que a deixaram mais sofisticada, além de um belo recheio em equipamentos para a versão High Country. O motor, continua o 2.8 turbodiesel de 200 cv e 51 kgf.m de torque. Ambas tem tração 4x4 e são equipadas com câmbio automático de 6 velocidades.

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Gosto não se discute

A Hilux mudou muito e para melhor. No visual, a grade cromada fica integrada aos faróis, que contam com assinatura em LED, e os alargadores de para-lamas são agora integrados à carroceria, dando à picape um aspecto anabolizado, imponente. Enquanto a dianteira da Hilux está mais enfeitada e seus LEDs embora novos tenham um aspecto mais antigo, a S10 ganhou uma elegância que não era dela. Os faróis da representante da GM foram renovados e eles também têm luzes diurnas de LED, só que de aparência mais moderna, refinada. Na rua, chama bastante atenção.

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A S10 também ganhou linhas mais fluidas na carroceria, que podem ser explicadas pelo trabalho feito na aerodinâmica da picape, visando a redução no consumo de combustível. Os engenheiros pensaram também em redesenhar algumas peças para reduzir o ruído causado pelo vento na estrada, como as bases dos retrovisores, as molduras dos vidros e para-brisa, entre outras.Outras mudanças importantes na S10 incluem a substituição da direção hidráulica por uma elétrica e a renovação dos coxins do motor e do chassi, afim melhorar não apenas o silêncio a bordo, mas a dirigibilidade. Pra fechar o pacote visual, a S10 High Country entrega bancos em couro marrom, santantônio e capota marítima, ítens que não estão na lista da picape japonesa SRX, que inclusive manteve a direção hidráulica.

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Vida a bordo

Por dentro, a experiência é bem diferente nas duas picapes. Na Hilux, a impressão é que estamos dentro de um sedã da Toyota. A cabine em tons escuros passa uma sensação de refinamento, com apliques imitando fibra de carbono e alumínio. Plásticos duros, todavia, estão por toda a parte, até mesmo no revestimento do painel que imita um couro costurado. Não precisava, né? A tela multimídia de 7 polegadas parece flutuar no meio do painel e oferece recursos como GPS e TV digital. Tudo moderno, exceto aquele reloginho que lembra o Ford Del Rey. E a Toyota insiste em colocar o bendito relógio em seus carros... Why, God?

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O interior da S10 está mais bonito, o acabamento melhorou, mas em qualidade ele ainda fica devendo para a Hilux. O ponto que me chamou atenção é que mesmo sendo mais rústica, a experiência a bordo da S10 foi mais agradável, especialmente por conta do espaço. E olha que a Hilux cresceu nessa geração: ela está 7 cm mais longa, 2 cm mais larga e, mesmo com a distância entre-eixos sem alterações (3,08 metros), a marca reforça que o espaço para os joelhos cresceu em 3,5 cm. Legal, mas isso não foi suficiente para superar a rival S10.

A direção elétrica da S10 é levinha e ajuda nas manobras de estacionamento e o espaço interno também é melhor que o de sua rival.

Um ponto que faz crescer o olho dos peões “conectados” é a compatibilidade da central multimídia com Apple CarPlay e Android Auto, além do serviço de monitoramento On Star que vem de série na S10. A Hilux permite apenas o espelhamento do smartphone, e tenta compensar o conforto na cabine com a partida por meio de botão start-stop, além das saídas de ar-condicionado na traseira. Aí a S10 devolve o golpe com ítens como sensores de chuva, de luz e de pressão dos pneus. Ouch!

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Legenda: Aro1727
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No posicionamento do motorista as picapes destoam muito. Se você quer ter a sensação de estar dirigindo um sedã, fique com a Hilux. Na S10 você tem certeza que está no comando de um brutamontes e não consegue ajustar a altura e profundidade do volante como na picape da Toyota.

Coração valente 

Neste quesito, a Hilux come poeira. A Toyota fez que fez, equipou a Hilux com um novo 2.8 turbodiesel com 6 cv a mais e 9,2 kgf.m de torque a mais que a antecessora. Na conta final são 177 cv a 3.400 rpm, e 45,9 kgf.m de 1.600 rpm a 2.400 rpm. Ótimos números, mas que não conseguem bancar o motor 2.8 da S10, com 200 cv a 3.600 rpm, 51 kgf.m a 2.000 rpm. Na prática, a diferença é imensa. Com pesos equivalentes – 2.101 kg da S10 e 2.090 kg da Hilux- a picape da Chevrolet se mostra muito mais esperta, o que fica mais evidente ainda nas retomadas e em percursos rodoviários.

 

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Para tentar se redimir, a Hilux conta com modos de pilotagem Power, que prioriza o desempenho, e Eco, que prioriza o baixo consumo. Todavia, o Power faz a picape trabalhar em um giro mais alto, mas ela não ganha potencia (milagres não existem) e ambas tiveram consumo muito parecido durante nosso teste, uma média de 11 km/l em circuito misto cidade/estrada.

O rendimento do motor da S10 na estrada é nitidamente superior e ela se mostrou mais equilibrado em dinâmica do que a Hilux.

A suspensão da Hilux é sensivelmente mais confortável que a da S10, filtrando muito bem a buraqueira. A picape japonesa ganhou reforços no chassi e reduziu 5 centímetros na altura nessa nova geração, o que contribuiu para uma melhora na estabilidade do conjunto. Se ela fosse um pouco mais rígida, a sensação de segurança para os ocupantes seria maior, especialmente na estrada.

Já a S10, que não transmitia tanta segurança quanto a rival, me surpreendeu muito. Em alta velocidade dá pra notar as melhorias –mérito também dos novos coxins de cabine, que absorvem melhor a movimentação lateral e não deixam a carroceria rolar tanto. Boa, S10.

Segurança

Aqui, de cara, a S10 toma uma lavada no primeiro quesito da minha lista: número de airbags. São sete na Hilux (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelhos) contra apenas dois frontais na S10. Mas a S10 traz cartas poderosas na manga. Entrega mais equipamentos que ajudam a evitar acidentes, como alerta de colisão e aviso de mudança involuntária de faixa. O problema foi que a GM economizou no tamanho do visor de LCD no painel de instrumentos, onde esses assistentes são mostrados. Tudo muito pequenininho, quase não dá para ver. Pelo menos, o alerta de colisão, ao ser acionado, não depende apenas do aviso no painel (que vai de verde para uma distância segura, à vermelho) para alertar o motorista. O aviso vem por meio de um apito e luzes vermelhas que acendem no painel avisando que é hora de estancar o pé no freio. Detalhe, ela não freia sopzinha, apenas avisa o motorista que vai dar m...

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Nas demais tecnologias, ambas picapes estão bem servidas de ESP, assistente de partidas em rampas, controle eletrônico de descidas e câmera de ré - esse ultimo, muito interessante quando seu veículo tem mais de 5 metros de comprimento e você não vive no campo.

Nocaute

Até aqui, a S10 ganhou em desempenho, espaço e nível de equipamentos. Mas sem dó a S10 dá um nocaute na Hilux quando analisamos os preços sugeridos pelas montadoras. É indiscutível que a Hilux é uma picape confiável, luxuosa e com uma ótima capacidade off-road, mas enquanto a S10 top de linha sai por R$ 170.990, a Hilux SRX custa R$ 189.970. Uma diferença de R$ 18.990, muita grana.

No preço, a Hilux leva um nocaute. A S10 é R$ 18.990 mais barata.

Ambas tem garantia de três anos, mas a GM ainda consegue trabalhar com uma margem menor no seguro, por conta do sistema de monitoramento OnStar, cujo monitoramento ajuda a recuperar a picape caso ela seja roubada. Só se houver muito amor e fidelização pela Toyota para o consumidor não considerar a nova Chevrolet S10 na hora da compra. Ela foi, sem dúvida, a vencedora desse embate.

Valor do seguro

Seguro S10 High Country 2016
R$ 6.573,04
Franquia S10 High Country 2016
R$ 12.307,96
Seguro Hilux SRX 2016
R$ 7.897,37
Franquia Hilux SRX 2016
R$ 15.669,86

Revisões

Chevrolet S10 High Country 2016: 1ª (10.000) R$ 344,00 / 2ª (20.000) R$ 1.008 / 3ª (30.000) R$ 1.208 / 4ª (40.000) R$ 1.232

Toyota Hilux SRX 2016*: 1ª (10.000) R$ 490,26 / 2ª (20.000) R$ 917,85 / 3ª (30.000) R$ 976,95 / 4ª (40.000) R$ 1.538,70

*valores estimados

Vale lembrar que hoje a briga foi de apenas duas concorrentes. Mas temos ainda no segmento a recém chegada Ford Ranger, a Mitsubishi L200 que chega em setembro e as inéditas Renault Alaskan e a picape da Mercedes-Benz, que podem dar as caras no Salão de São Paulo. Fiquem ligados no WM1.

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